Integrando as TIC'S nas Aulas de Língua Portuguesa

Sabe-se que é preciso que o professor se conscientize e se aprimore para que a utilização das mídias se torne algo pedagogicamente útil. A ação docente precisa contemplar o uso dos diversos recursos midiáticos disponíveis possibilitando um processo que tenha como essência esse diálogo entre o pedagógico e o tecnológico.

A partir de experiências práticas, segue uma listagem de cinco conteúdos que podem ser desenvolvidos e trabalhados integrando as Tic’s de maneira simples e prazerosa nas aulas de língua portuguesa.

Conteúdo I - Gênero Mensagem, E-mail.

Trabalhar o gênero Mensagem e E-mail por meio do computador e também do celular. Executar uma aula prática evidenciando as principais diferenças no uso dos dois mecanismos, além de enfatizar sobre as características linguísticas e estruturais a que se refere o e-mail e a mensagem eletrônica. Trabalhar interlocutores, vocativo, texto, despedida - caracterizado pela mensagem propriamente dita.

Mostrar que quanto à linguagem, esta varia de acordo com o grau de intimidade dos interlocutores envolvidos, podendo haver até redução de termos, representada pelas “inevitáveis” abreviações e a semelhança a outros gêneros, tais como: o bilhete, memorando e carta.

Conteúdo II – Trabalhar Variação Linguística.

Trabalhar Variação Linguística através das canções de Luiz Gonzaga – O ABC do Sertão e Asa Branca – além de refletir sobre o preconceito com as diversas manifestações de linguagem.  Produzir uma aula usando os recursos midiáticos Datashow e caixas de som para que eles possam ouvir e visualizar as variações linguísticas.  Ainda, pedir uma pesquisa sobre outras musicas que apresentem variações linguísticas, cada aluno traria a musica em seu próprio celular para ser socializada com a turma e debatido os aspectos da variação linguística encontrado.

 
Conteúdo III: Gênero HQ’s
Com o auxilio da internet e do Datashow fazer a projeção de vídeos de história em quadrinhos, além de projetar as histórias em revistas para serem evidenciadas as Onomatopeias, as Metáforas visuais (Figuras cinéticas: produzem uma sensação de movimento), os Balões, os Quadro ou vinhetas.

Conteúdo IV: Linguagem Verbal e Não-Verbal

Por meio do Datashow fazer demonstrações e explicações sobre a Linguagem Verbal e Não-Verbal. Solicitar uma pesquisa em que os alunos façam registros fotográficos (pelo celular ou câmara digital) das linguagens verbais e não-verbais existentes nas proximidades de suas residências ou bairros pelos quais circulam, socializar com a turma na aula seguinte.

Conteúdo V: Gênero Entrevista

Evidenciar juntamente aos alunos os aspectos que incidem nas diferenças entre as modalidades de entrevista oral e escrita, bem como suas principais funções.  Exibir na sala vídeos (curtos) com vários tipos de entrevistas. Em seguida propor aos alunos que se organizem em grupos para fazerem uma entrevista com personalidade/autoridade da comunidade local, seguindo uma temática pré-estabelecida e as particularidades de cada modalidade e função da entrevista. A entrevista deve ser registrada por meio de vídeo para que possa ser socializada na turma. Dependendo da temática, pode-se fazer um documentário com a reunião dos vídeos e fazer a exibição para toda a comunidade escolar.

Letramento e Multimodalidade: Educação na Era Digital

      De acordo com Demo (2010) a educação hoje significa o desafio de educação para hoje, ou, ainda melhor, à frente dos tempos. Segundo o autor, é decisivo que nossos estudantes consigam aprender bem, porque este é atualmente o grande patrimônio, por vezes, definido como “capital intelectual”. O autor acredita que o que está em jogo é a habilidade produtiva de conhecimento, em geral a referência mais próxima da geração de oportunidades. O que garante futuro mais confiável não é o diploma, quase todos ultrapassados quando são expedidos. É a habilidade de aprender bem, para, perante novos desafios que sempre virão dar conta do recado com devida autonomia.

        Para aprender bem é necessário que estejamos "antenados" em nossos alunos "nativos digitais", sendo assim a figura abaixo ilustra bem o que temos diante de nós na sala de aula. Portanto uma escola que pretende ensinar bem deve andar de braços dados com os avanços tecnológicos e utilizar isso a seu favor, aproveitando ainda da funcionalidade da multimodalidade em seu contexto para fomentar junto ao educando o desejo em produzir conhecimento.

       

     A ideia de Demo (2010) diz respeito ao grande patrimônio da nossa sociedade: o aprender bem. Isso é fundamental para que haja desenvolvimento social, econômico, tecnológico e humano. Por isso, diante dessa nova realidade vivida pela educação com ascensão dos recursos tecnológicos e sua contribuição no fazer pedagógico, a utilização de textos multimodais está aliada a essa questão e ainda contribui nesse “aprender bem”, tendo em vista sua facilidade em atrair os olhos do aluno para ele por sua linguagem mais interessante e interativa.

Outros textos para apoio:

O Educador Frente as novas tecnologias Vanessa dos Santos Nogueira

As novas tecnologias na prática pedagógica sob a perspectiva construtivista Flávia Rezende

A escola e as novas tecnologias - o que muda e o que permanece virtualmente igual Luca Rischbieter

Letramento multimodal e o texto em sala de aula Jardélia Moreira dos Santos

Multimodalidade: as novas mídias na aula de Língua Portuguesa Mariana Samos Bicalho Costa Furst

Texto e Hipertexto na Web

Exemplos de Hipertexto Multimodal

 Exemplo 01 -  Site Facebook

Exemplo 02 -  Site YouTube

                                 Exemplo 03 -Site Globo.com

Exemplo 04 - Whatsapp

O Hipertexto

                Fonte: http://desmontandotexto.blogspot.com.br.  Acesso em 23/09/2015.

Marcuschi (2006), Pinheiro (2005) citam como características centrais do hipertexto: a não-linearidade (possibilidade de se escolher diferentes links contidos no hipertexto); a volatilidade (por não possuir nem oferecer estabilidade), a topografia (por não ser hierárquico nem tópico como os textos lineares); a fragmentariedade (na ligação de porções em geral breves, como possíveis retornos ou fugas, o que faz o leitor frequentemente, perder o controle da leitura); a acessibilidade ilimitada (os nós de uma rede hipertextual são heterogêneos; podem ser compostos de imagens, sons, palavras e o processo sociotécnico colocará em jogo pessoas, grupos, artefatos, com todos os tipos de associações que pudermos imaginar entre eles); a multissemiose (dá ao leitor condições para que o significado seja apreendido por vários sentidos simultaneamente); a interatividade (interconexão interativa, viabilizada pela multissemiose e pela acessibilidade ilimitada, bem como pela contínua relação do leitor com os muitos autores, até mesmo em tempo real, de modo que, muitas vezes, simula uma interação verbal face a face) e a intertextualidade (diz respeito à natureza intrinsecamente intertextual marcada pela recursividade de textos ou fragmentos na forma de citações, notas, consultas etc).

A MULTIMODALIDADE RESSIGNIFICANDO O LER/ESCREVER

Na contemporaneidade, as aplicações das Tecnologias de Informação e Comunicação mudaram as formas de pensar e atuar da humanidade, transcendendo barreiras físicas e temporais nas relações sociais de modo inimaginável. Considerando, pois, que as práticas de comunicação e interação social são inerentes ao processo educacional, o ensino vive um momento revolucionário que perpassa o binômio Pedagogia-Tecnologia e seus reflexos quanto ao ato do ler/escrever.

O objeto de estudo “texto” ganhou nova modelagem constitutiva e que, consequente, a forma de explorá-lo requer estratégias pedagógicas diferenciadas das empregadas até então no contexto escolar, no intuito de identificar e compreender as correlações de sentido do todo dialógico no interior da multiplicidade do gênero produzido e oferecido aos sujeitos leitores.